Região

Sindicato Rural discute reintrodução da mamona na região do arenito

O programa é da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (SEAB), e tem a participação da iniciativa privada. A nova cultura não concorrerá com as já existentes.

Cumprindo com sua função de apresentar novas alternativas para promover a diversificação agrícola e, consequentemente, fortalecer o agronegócio regional, o Sindicato Rural de Paranavaí vem discutindo a possibilidade de reintroduzir a cultura da mamona na região.

A informação é do presidente do Sindicato, Ivo Pierin Júnior, que há pelo menos 30 dias vem tratando do assunto com o coordenador mesorregional do Instituto de Desenvolvimento Regional do Paraná (IDR-PR), Cristovon Videira Ripol. O programa foi encampado pelo Governo do Paraná através da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (SEAB) e foi apresentado pela Kaiima Seeds, uma empresa israelense de genética e melhoramento de mamona, que desenvolve híbridos da planta, que aumentam a produtividade em sistemas agrícolas modernos e de grande escala.

“Temos que discutir esta alternativa. No passado já produzimos a mamona aqui na nossa região.

 

E agora ela vem mais tecnificada, inclusive com a colheita mecanizada”, diz Pierin, que vê outras vantagens na nova alternativa: a mamona pode ser uma cultura intercalar, não concorrendo com as tradicionais e pode trazer benefícios ao solo. “Temos interesse em discutir e acompanhar este tema”, aponta o líder sindical.

REFORMA DE PASTAGENS – Para tratar do assunto, foi realizada na manhã desta quinta-feira (22) uma reunião no polo de pesquisa do IDR (antigo IAPAR), da qual participaram Ripol, os executivos da Kaiima – Edison Kopacheski (presidente executivo) e Alexandre Dezanet (gerente geral) -, técnicos e pesquisadores do IDR e o assessor técnico do Sindicato Rural, Claodemir Grolli.

No encontro ficou claro que o eventual cultivo da mamona será realizado num novo modelo, com sementes híbridas, que garantem maior produtividade e plantas de pequeno porte, viabilizando a colheita mecanizada e serão cultivadas na entressafra de outras culturas, se somando a outras opções, por exemplo, de reforma de pastagens.

A mamona, explicaram os executivos da Kaiima, exige pouca água (a metade do que precisa, por exemplo, uma lavoura de milho), ajuda a estrutura do solo e é supressora do nematoide. A colheita é realizada entre 120 e 140 dias após a semeadura e o zoneamento indica o plantio entre setembro e março. A intenção é fazer um projeto piloto na região, agregando um número razoável de produtores para viabilizar a colheita mecanizada.

De acordo com Dezanet, o custo de produção por hectare atualmente está entre R$ 1.800 e R$ 2.200, já incluídos sementes, adubo e o trabalho de colheita. Com base no que está sendo produzido em outros estados (a Kaiima já está produzindo em Mato Grosso, Minas Gerais e Goiás e está abrindo agora Bahia e Paraná), a produção na região deve ficar entre 1.500 e 2.000 quilos por ha.

Os contratos atuais de compra estão garantindo preços de R 4,00, o que significa uma renda em torno de R$ 6 a R$ 8 mil o hectare. A própria Kaiima garante a compra da produção a R$ 4,00. Edison Kopacheski enfatiza que o Governo do Paraná e Israel têm fortalecido suas parcerias comerciais, especialmente na área do agro, o que já é um indicativo da segurança da atividade. Além disso a demanda atual e o crescimento anual apontam que, em poucos anos, haverá a necessidade de dobrar a produção mundial de mamona.

A ideia é que boa parte seja plantada no Brasil, até porque ela não vem para ocupar espaços novos, mas ser cultivada na rotação de pastagens, por exemplo. Se houver uma produção em grande escala, não se descarta a possibilidade de implantação de uma planta industrial para processar a mamona no Paraná.

Colaboração: Jorge Roberto

Fonte: Paranavaí em Destaque

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