Paranavaí

Com alta de casos positivos de Covid-19, COE delibera sobre novas medidas restritivas

O momento é crítico e exige providências rápidas

Os membros do COE (Comitê de Operações Emergenciais) se reuniram novamente nesta quinta-feira (19) para analisar o cenário atual de transmissão do Coronavírus em Paranavaí. Até esta quarta-feira, dia 18, o município registrou 1.061 casos positivos de Covid-19, sendo 216 só em novembro. O acumulado dos últimos 18 dias já é 16,13% maior que o registrado em julho (186 no total), considerado até então o mês de pico da pandemia na cidade.

“Percebemos que houve uma desmobilização geral – muita gente sem máscara das ruas, muitas festas clandestinas acontecendo, muita aglomeração em barzinhos, festas familiares com grande número de pessoas reunidas. Nossa preocupação é que hoje temos um número bem menor de leitos na ala Covid da Santa Casa. Começamos com 30 leitos (20 de enfermaria e 10 de UTI), e a partir de 1º de outubro parte desses leitos começou a ser desativado. Em outubro foram desabilitados 10 leitos e a partir de 1º de novembro estamos trabalhando com apenas 10 leitos (5 de enfermaria e 5 de UTI). Além disso, hoje estamos com 9 pessoas internadas (somando pacientes de Paranavaí e de outros municípios da reigão) na ala Covid, ou seja, 90% de taxa ocupacional. Outro ponto importante a considerar é que nossa macrorregional (que compreende as Regionais de Saúde de Maringá, Paranavaí, Campo Mourão, Cianorte e Umuarama), apresentou um acréscimo de 78% de casos positivos nestes primeiros 18 dias de novembro. A situação está completamente desfavorável para nós”, avaliou a secretária de Saúde do município, Andréia Vilar.

Segundo a secretária, o momento é crítico e exige providências rápidas. “A primeira providência que já tomamos foi encaminhar um pedido à Secretaria de Estado da Saúde para a reabilitação de leitos na ala Covid da Santa Casa. Por parte do COE, vamos retomar as reuniões a cada 72 horas (às segundas e quintas-feiras). Estamos mais atentos do que nunca com o aumento acelerado de casos positivos neste mês de novembro. Sabemos que a preocupação geral das pessoas é com um novo lockdown, mas para nós não há essa possibilidade. Até porque não tivemos, por exemplo, nenhuma denúncia relacionada a desrespeito das normas por parte das igrejas e comércio. Não tem porque estes segmentos serem penalizados neste momento”, frisou Andréia.

A afirmação da secretária a respeito do lockdown foi reforçada pelo prefeito KIQ. “Não temos nenhum interesse em que ocorra um fechamento total. Isto está fora de cogitação para a administração. Entendemos que a população está cansada disso tudo e algumas medidas (como um lockdown) podem ter efeitos colaterais muito piores para a saúde mental de todos do que o próprio vírus. Mas precisamos impor algumas medidas de restrição neste momento, especialmente nos segmentos onde estão sendo percebidos mais problemas com aglomeração e abandono do uso de máscaras e distanciamento. Claro que muitos vão dizer que esperamos passar as eleições, que antes não tinha mais Covid, etc. Porém, os números mostram um aceleramento na contaminação, não só aqui em Paranavaí mas no Estado todo e em muitos outros lugares do país. Nossa conduta até aqui foi de sempre tomar decisões técnicas, sem preocupação com reflexos políticos, mas com a saúde das pessoas. Por isso, vamos voltar com as AIFUs (Ações Integradas de Fiscalização Urbana) e penalizar quem estiver descumprindo as determinações. Não gostaríamos de chegar neste ponto, mas a situação está ficando descontrolada. O momento é agudo e não dá para não tomarmos nenhum tipo de providência”, enfatizou.

Durante a reunião do COE foram deliberadas novas medidas restritivas, especialmente para os setores de bebidas e gastronomia, supermercados e praças públicas. Um Decreto com as novas determinações será publicado nesta sexta-feira, dia 20.

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