Paisagismo: Jardim Vertical

Com o decorrer das décadas, o espaço urbano vem sofrendo transformações físicas e ambientais, tornando-se mais verticalizado e diminuindo a presença da vegetação e espaços naturais. Atualmente, as cidades podem ser consideradas “selva de pedra”, devido ao fato de sua maior parte ser composta por edifícios e estruturas concretadas. Este modelo de cidade deixa os espaços naturais isolados e resumidos a praças e parques, espaços públicos utilizados, em sua maioria, apenas para lazer e práticas esportivas. Neste contexto, as áreas verdes ficam restritas a determinadas partes do cotidiano dos cidadãos que as utilizam para se desligarem do ritmo ou estresse das cidades. No entanto, a população urbana não teria a necessidade de tirar um tempo para se ter contato com a natureza, se ela fosse melhor integrada ao ambiente das cidades. Além da arborização urbana, existem alternativas que permitem um contato direto entre o ser humano e a natureza dentro do contexto das cidades.

O uso do jardim vertical nos permite inserir espaços naturais em locais que muitas vezes não seria possível com jardins comuns no chão. Além da facilidade de inserção, o jardim vertical adiciona beleza e frescor a ambientes que antes seriam áridos e quentes, e, ainda, promove a filtragem de poluentes presentes no ar das cidades. Desta forma, o jardim vertical promove a melhoria ambiental tanto da aparência quanto na salubridade do espaço. Abaixo, estão citadas algumas plantas que promovem a filtragem do ar e que podem ser colocadas em jardins verticais.

Ele é um elemento que marca presença no Design Biofílico, tema do artigo da semana passada, que pode ser acessado clicando aqui. Estes tipos de jardins são bem-vindos em qualquer tipo de ambiente, podendo ser aplicados em muros, fachadas, espaços internos, mobiliários urbanos, e em, basicamente, qualquer superfície vertical que possibilite sua aplicação. Seus benefícios, quando aplicados em edificações e ambientes internos, além das questões estéticas e de filtragem do ar, englobam o campo econômico, social e a biodiversidade.

Os jardins verticais permitem a diminuição de gastos com climatização artificial e manutenção de tintas e outros materiais, permitindo economia de energia e de dinheiro. Além disso, promove a integração social com a criação de espaços de convívio e bem-estar, e cria oportunidades para a agricultura urbana agregadora, através de hortas comunitárias em projetos sociais. Ademais a essas vantagens, os jardins verticais são compostos por diversas espécies de plantas e, desta forma, atraem muitas espécies de animais para o ambiente urbano, principalmente insetos polinizadores como borboletas e abelhas, além de alguns tipos de pássaros, como o beija-flor.

Outra vantagem que podemos citar é a facilidade de construção de um jardim vertical. Isso acontece devido à variedade de modelos de jardins possíveis, tanto pré-fabricados quanto artesanais. Um jardim vertical pode ser construídos a partir de peças específicas, fabricadas e vendidas para essa finalidade, que podem ser encontradas no comércio, ou pode ser construído a partir da reutilização de materiais como vasos, pallets, madeiras de demolição, tijolos, grades, potes, entre outros materiais que, combinados de forma criativa, se tornem propícios ao cultivo das plantas. A seguir, temos alguns exemplos de jardins verticais.

Com tudo isso que citamos, podemos concluir que os jardins verticais, além de muito bonitos e economicamente vantajosos, promovem a melhoria do meio ambiente urbano e da saúde da população. Além disso, permite a criação de espaços sociais de integração entre as pessoas e entre o ser humano e a natureza.

Fonte: Christian Gelati

Arquiteto e Urbanista, graduado pela UniCesumar (Centro Universitário de Maringá) em 2016; Especialista em Projeto de Interiores e Iluminação pela UniCesumar em 2019; Atualmente, arquiteto responsável pelo escritório Christian Gelati – Arquitetura e Urbanismo, localizado na Av. Martin Luther King nº 2853, em Paranavaí-PR.

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